Inaugúrase unha semana santa sen procesións, sen ramos de loureiro nin de palma na misa do domingo, sen vestido que estrear, nin zapatos de charón.
Por lembrar, lembrámonos de santa Bárbara cando trona, por iso, por Se você quiser falar com Deus... por aquilo de se habelas hainas...
Aquí vos queda unha composición do brasileiro Gilberto Gil, cantada por el nos seus tempos mozos
Por lembrar, lembrámonos de santa Bárbara cando trona, por iso, por Se você quiser falar com Deus... por aquilo de se habelas hainas...
Aquí vos queda unha composición do brasileiro Gilberto Gil, cantada por el nos seus tempos mozos
E aquí a letra e unha outra versión, marabillosa, de Elis Regina:
Se eu quiser falar com Deus Tenho que ficar a sós Tenho que apagar a luz Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz Tenho que folgar os nois Dos sapatos, da gravata Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data Tenho que perder a conta Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus...
Se eu quiser falar com Deus Tenho que aceitar a dor Tenho que comer o pão Que o diabo amassou Tenho que virar um cão Tenho que lamber o chão Dos palácios, dos castelos Suntuosos do meu sonho Tenho que me ver tristonho Tenho que me achar medonho E apesar de um mal tamanho Alegrar meu coração... E se eu quiser falar com Deus Tenho que me aventurar Eu tenho que subir aos céus Sem cordas prá segurar Tenho que dizer adeus Dar as costas, caminhar Decidido, pela estrada Que ao findar vai dar em nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar! Se eu quiser falar com Deus!
Ela, Elis, tinha o máis belo sorriso. Sorría até cantando, até en pleno concerto era capaz de rir ás gargalladas, como a dúo con Tom Jobim, o poeta cantor das Águas de Março
Elis quería Uma casa no campo onde poder compor muitos rocks rurais e ter somente a certeza dos amigos do peito e nada mais, onde poder ficar no tamanho da paz e ter somente a certeza dos limites do corpo e nada mais. Ela quería carneiros e cabras pastando solenes no seu jardim e co silêncio das linguas cansadas o seu riso se quebra en pranto, porque quem sabe rir sabe também chorar...
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